sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Meu presente de Natal - O Livro das Certezas



Dias atrás, lendo um artigo de Germano Xavier – O que você vai dar de presente neste Natal? - http://oequadordascoisas.blogspot.com/2011/12/o-que-voce-vai-dar-de-presente-neste.html  - comecei a viajar nessa ideia do livro como presente. Germano defende enfaticamente o livro como um dos melhores presentes que se possa dar, e, realmente, não há como negar isso. Sempre curto demais escolher a dedo um livro para dar a algum amigo querido, imaginando o quanto ele ganhará com isso, além do prazer da leitura.
E, então, pensando no livro que eu gostaria de dar neste Natal, e a quem eu daria, me ocorreu o quanto seria bacana dar um livro que tivesse um encantamento especial. E aí desandei a imaginar qual o melhor texto, o melhor autor, a melhor mensagem. Enfim, numa crise aguda de imodéstia, se seguiu um delírio:
Eu queria poder dar, de presente de Natal,  a todos os meus amigos... não... à toda humanidade, um livro. Um livro escrito por mim. 
Mas, pra que eu pudesse escrever esse livro, antes Papai Noel teria que me presentear com um dom. O dom de saber escrever palavras mágicas que devolvessem a fé às pessoas.
Eu escreveria, então, O Livro das Certezas.
Porque, mulher  feita, já tive tempo suficiente para concluir que talvez aquilo de que mais somos carentes é de ter alguma certeza nessa vida.
Se Papai Noel me agraciasse com esse divino dom, eu escreveria um livro que, ao ser folheado,  já trouxesse algum alento ao leitor. Que seu simples manusear, seu cheiro, o passar dos dedos por sobre a capa em relevo, o tatear da textura do papel, o correr dos olhos pelas letras miúdas, já o acalmasse, como um bom colo de mãe.
E que, ao escolher pequenos trechos, talvez aleatoriamente, o leitor pudesse se deparar com afirmações dignas de uma boa e sábia avó.
Mais ou menos assim.
Que ao feto, ainda no ventre da mãe, eu conseguisse dar a certeza de um nascimento tranquilo, de muito leite do peito, de um berço quentinho e muito, muito carinho. A certeza de poder vir sem medo, porque o mundo é um lugar seguro, e pais são sempre amorosos.  
Que à criança que começa a correr pelos quintais da vida eu desse a certeza de um caminho sem pedras traiçoeiras, de uma infância feliz, de um adolescer sem vícios, de um amadurecer sereno, de uma velhice saudável.
Que a todo ser humano eu pudesse dar a certeza categórica de que laços de sangue são garantia de se  pertencer a um grupo fiel, de jamais se sentir um patinho feio, de ter apoio em momentos cruciais, e nunca ter que se defrontar com a extrema solidão.
Que aos apaixonados eu  conseguisse dar a certeza da reciprocidade. Que ao romântico que ao deitar, antes do sono, pensa no ser amado, eu desse a certeza de que o ser amado também o tem no pensamento.
Que ao fiel eu desse a certeza da fidelidade.
Que ao estudante eu pudesse afirmar com toda certeza do mundo que com foco e dedicação é possível superar todos os obstáculos e ter emprego, comida no prato, cultura, lazer e, enfim, felicidade.
Que ao jovem que começa a se jogar no mundo eu desse a garantia de que vale a pena ser honesto, não se vender ou corromper.
Que ao trabalhador  eu pudesse dar a certeza de justa recompensa, de sono tranquilo e de dignidade.
Que àquele que se esforça para fazer as coisas muito bem feitas eu pudesse dar  a certeza de sucesso e de um reconhecimento maior do que o daquele que faz as coisas apenas por fazer.
Que àqueles que cuidam bem da saúde eu pudesse dar a certeza de agradável longevidade.
Que a pais zelosos eu desse a certeza de uma velhice feliz, ao lado de filhos e netos cuidadosos.
Bem... são tantas as certezas com que eu gostaria de presentear a humanidade, que talvez esse livro precisasse ter um número infinito de  páginas... Ou não.
Talvez pudesse ser um livro de uma página só. Uma página só, com uma só frase: no final da contas, tudo vai ficar bem... E que junto à frase fosse meu sorriso, meu carinho e meu abraço caloroso e demorado, porque se há uma coisa de que tenho certeza nessa vida – e aqui nem preciso recorrer a Papai Noel - é de que um bom abraço amoroso pode curar muitas feridas.

Um Feliz Natal a todos, e que em 2012 possamos ser o que de melhor há em nós! 

Beeijos!!! 

Analú :)